Rio de Janeiro no Brasileiro

Posted by pablo 10/09/2019 09:28

Rio de Janeiro no Brasileiro

Por Claudio Beznos

O Campeonato Brasileiro de 2019 está se aproximando. E com isso minha memória me faz sentir uma emoção, que só quem defendeu a nossa querida seleção carioca, sabe como é delicioso. Sendo assim, gostaria de compartilhar com vocês, um pouco do que vivi. 

Minha história nos brasileiros começou em 1977. Meu 1º campeonato nacional foi em Goiânia. Tinha 11 anos, era mirim. Nessa época não existia a categoria pré-mirim. Cada estado levava um mirim na sua delegação. As equipes entravam no ginásio com o agasalho do seu respectivo estado. O torneio era infanto-juvenil. Ou seja, havia jogadores das categorias infantil e juvenil. O Campeonato brasileiro adulto, acontecia nos anos pares, intercalando com o infanto-juvenil. Era disputado apenas com a seleção adulta de cada estado, com disputas de equipes, duplas e individual. Voltando a 1977, o Rio entrava no juvenil como favorito, graças a presença do grande jogador Aristides França. No infantil, São Paulo era favorita. Nós éramos a 2ª força. O presidente da federação do Rio nessa época era o atual presidente da CBTM, Alaor Gaspar. Meu pai foi o chefe da delegação, muito amigo do Alaor. As delegações tinham um responsável, um chefe. Protocolo comum na época.

Dentro desse contexto, cabe aqui uma pequena observação. Quando o RJ não era o favorito ao título, sempre chegava como 2ª força. Desde então muita coisa no esporte mudou. Houve uma democratização do esporte, se espalhando pra outros centros do país. Enquanto SP continuou sendo uma grande força, o nosso estado foi perdendo força.

Voltando a 1977, como era de se esperar, ganhamos o juvenil, e ficamos em 2º lugar no infantil. Nesse torneio, só jogavam os melhores do estado, a seleção, em disputas de equipes, duplas, duplas mistas e individual. Cada delegação levava, além dos infantis e juvenis , um mirim. Nesse torneio, joguei o individual no infantil, e acabei vencendo o mirim de SP, o grande Claudio Kano, nas 8as de final, sendo então considerado o melhor mirim, e convocado pra disputar o sulamericano mirim.

A emoção e orgulho de representar o nosso Rio de Janeiro sempre foi muito grande. Joguei outros brasileiros nesses mesmos moldes. Quando entrávamos no ginásio com o uniforme do RJ, todos paravam pra olhar. Nas disputas de equipes Rio X São Paulo, a rivalidade era imensa, e todos assistiam. 


   

 

Em 1986 disputei meu último brasileiro, já como adulto, nesse sistema de disputa. Me afastei do esporte por motivos profissionais e voltei a jogar em 2010. Ao retornar me deparei com outra realidade. Os dias de glória do RJ estavam distantes. Os brasileiros agora estavam bem mais democráticos. Havia um brasileiro, todos os anos, com todas as categorias em disputa, incluindo pré-mirim e vetranos. Criaram um torneio de equipes de clubes, além do de seleções. Nos torneios individuais, qualquer atleta poderia disputar. Dessa forma, o torneio de equipes de seleções que sempre foi o evento mais importante do brasileiro, perdeu um pouco do brilho. Mesmo assim, todas as vezes que vesti a blusa do Rio, nos brasileiros que disputei desde 2010, o fiz com muito amor e orgulho. Assim, espero em 2019, ver várias equipes nos representando. Principalmente aquelas ausentes nos últimos brasileiros, as das nossas crianças, erguendo a bandeira do nosso estado no pódio, enchendo a todos de orgulho. E quem sabe num futuro próximo, voltar a figurar entre as maiores forças do Tenis de Mesa nacional.   Esse é o meu sonho, e venho junto a FTMERJ trabalhando, pra chegarmos num brasileiro com as nossas equipes , e voltar abarrotado de medalhas conquistadas por nossos jogadores, e colocar o nosso estado de volta ao topo, junto aos melhores do Brasil.

 


     

 
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