Série : Batendo bola com os Nossos Craques - Luiz Mauro

Posted by pablo 08/10/2019 16:05

 

 

Série : Batendo bola com os Nossos Craques

Vamos dar inicio a uma série que visa resgatar um pouco da história gloriosa do Tenis de Mesa no nosso estado. Dessa forma, faremos uma série de entrevistas com nossos ídolos do passado e do presente, pra contar um pouco dessa história. Pra inaugurar essa série, começaremos com um dos nossos maiores jogadores, Luiz Mauro D’Almeida.

 

FTMERJ : Data e Local de nascimento

LM : 29/01/1948 em Belém-PA

 

FTMERJ: Como foi o início da sua prática do Tenis de Mesa ?

LM: Iniciei, com 10 anos de idade, a carreira de mesatenista carioca, no Clube de Regatas do Flamengo, chamado, na época, de Sede Velha, vendida e onde, hoje, existe um luxuoso edifício comercial ao lado do Palácio do Catete, no bairro do Flamengo.

Do Flamengo, transferi-me para o Clube de Regatas Vasco da Gama, onde permaneci por 3 anos. Com vários títulos pelo Vasco, fui parar nas Laranjeiras, pois os melhores jogadores do Rio de Janeiro estavam no clube tricolor. Sou Conselheiro Nato e Grande Benemérito-Atleta, com nome gravado em placa de bronze no salão nobre do clube.

 

FTMERJ:Quais foram os seus técnicos mais importantes?

LM:Só tive um. O falecido e saudoso Inácio.

 

FTMERJ:Em quais jogadores você se inpirou, ou se espelhou?

LM:Somente no Biriba, que, quando na ativa, era considerado o maior nome do tênis de mesa brasileiro.

 

FTMERJ:Como eram os campeonatos brasileiros na sua época?

LM: Eram realizados em dois e dois anos nas modalidades de equipes e individual e com poucos Estados participando, sendo os mesatenistas de São Paulo e do Rio de Janeiro as maiores forças para conquista de medalhas.

 

FTMERJ:Como eram as disputas entre Rio e São Paulo ?

LM:Na época, o Biriba não integrava a seleção paulista, acredito por haver parado de jogar,e, neste caso, as disputas, por exemplo, por equipes, eram mais acirradas, com vantagem para os paulistas, mas sempre resultando em placar apertado de 5 a 4, em que eu conquistava três vitórias sobre os adversários. 

 

FTMERJ: O q acha que está faltando pro Rio de Janeiro voltar a ocupar um lugar de destaque no cenário Nacional?

LM:Ao Rio de Janeiro, na minha opinião, está faltando a adoção de algumas ações, que entendo como relevantes, através, logicamente, da própria Federação e, sempre que possível, em parceria com a Confederação e Prefeitura, vislumbrando, assim, o seu retorno ao lugar de destaque no cenário Nacional, que, infelizmente, deixou de ocupar. Exemplos de ações:

1- massificar, investindo, de forma contínua e permanente, no tênis de mesa como maneira de lazer, propiciando às pessoas a aproximacão do esporte e, com isto, passarem a tomar gosto, inserindo-se no mesatenismo mais técnico e profissional;

2- criar curso de especialização em tênis de mesa, com objetivo de formar técnicos de futuros campeões;

3- disseminar a prática do tênis de mesa, fazendo deslocar-se para outras localidades, de modo a torná-la amplamente conhecida entre as pessoas interessadas ou não no esporte;

4- propiciar ambiente, próprio de preferência, que sirva de Centro de Treinamento das seleções do Estado, bem como de local de realização de eventos sob os auspícios da Federação ou, então, por ela supervisionados;

5- investir, maciçamente, nas categorias de base e acompanhar o desenvolvimento técnico, físico e psicológico dos atletas.

Com a nova gestão da Federação, muitas coisas boas estão acontecendo, fazendo crer que, com dedicação, responsabilidade e esforço de todos, o mesatenismo carioca voltará a ter representantes nas seleções brasileiras.

 

FTMERJ:Quais foram os seus principais títulos ?

LM:Fui, em anos consecutivos, de 1966 a 1978, campeão carioca individual pelo Fluminense. Depois de obter vários títulos por equipes e duplas mista e masculina, comecei a viajar pelo exterior, disputando, por duas vezes, o campeonato mundial, sendo um no Japão  (1971) e outro na antiga Iugoslávia  (1973).

A minha grande conquista mesmo aconteceu em 1968, quando ganhei, individualmente, o campeonato Sul-Americano, realizado em Buenos Aires. Outros títulos Sul-Americanos, também importantes, foram conquistados, como os de tetracampeão por equipes (1964, 1971, 1972 e 1974) e bi-campeäo de dupla masculina (1971 e 1972) com o jogador Betinho.

 

FTMERJ:Como foi a experiência de presidir a federação de Brasília ?

LM:Fui um dos fundadores e o primeiro Presidente da Federação, que funcionava nas instalações das Aldeias SOS, entidade de assistência social do , cujo Presidente, apreciador do esporte, integrava à Diretoria da Federação.

No início, foi um trabalho de convencimento de Presidentes de entidades esportivas locais, que, por sinal, eram poucas, no sentido de se filiarem à Federação. Conseguido tal feito, procurei estabelecer programações de eventos, inclusive promovendo competições interestaduais, com o objetivo de tornar o tênis de mesa mais conhecido e criar condições adequadas para o seu desenvolvimento na região. Nossa grande parceira, na época, era a Associação Atlética do Banco do Brasil-AABB, que disponibilizava as instalações para a realização dos campeonatos de interesse da Federação.

Para atender algumas necessidades, era comum a Federação obter recursos financeiros de empresas privadas, valendo-se, na época, de Lei de Incentivo Fiscal que alcançava os esportes nacionais. 

Posso dizer que foi um período de aprendizagem e, ao mesmo tempo, prazeroso pelo aspecto de, embora afastado do Rio de Janeiro, não haver perdido o contato com o tênis de mesa, esporte que me identifiquei e só proporcionou-me alegria na vida.

 

FTMERJ: Fale da sua atividade de diretor do clube mais tradicional do TM carioca, o fluminense.

LM:Procuro exercer minha atividade de modo, primeiramente, a manter viva a modalidade no clube.

Por outro lado, procura-se também identificar formas e meios de impulsionar o tênis de mesa, visando criar alternativas, entre associados ou não, para a sua prática no clube.

Elaboração de orçamento, anualmente, faz parte da atividade de Diretor, oportunidade em que são informadas as necessidades da Seção, em termos de gastos com material, taxas e participação de atletas em eventos. Mas, em se tratando de previsão orçamentária, nem sempre o que é pedido  é conseguido, dependendo da disponibilidade financeira do clube.

Representar o clube junto à Federação é outra atividade de Diretor, bem como a resolução de problemas, perante à Administração superior, que venham a surgir no dia-a-dia da Seção.Também sou responsável pela elaboração e apresentação à Administração Superior de relatório anual das atividades do tênis de mesa no clube.

 

FTMERJ:O que achou da premiação de melhor ponto do ano, o qual levará o seu nome?

LM:Sinto-me honrado com a premiação, que representa, para qualquer homenageado, o reconhecimento benéfico de atitudes pessoais e  participações, como atleta ou não, no cenário mesatenistico nacional e/ou internacional.

 

FTMERJ: Pra terminar, qual mensagem mandaria pros jogadores que estão começando hoje no esporte ?

LM:A mensagem é no sentido de se dedicarem, no máximo e de maneira séria, ao tênis de mesa, respeitando as orientações de seus instrutores nos aspectos disciplinar, físico e técnico.

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